Vida Na Irlanda

Olá galera do Vida Na Irlanda!

Eu sempre apareço por aqui para dar as dicas de baladas, mas hoje meu post será sobre viajar pela Europa.

Quero dividir uma experiência que tive o azar de viver. Como a maioria de vocês, um dos motivos para eu escolher a Irlanda como destino, foi a facilidade de viajar…hummm lembro que só de pensar em conhecer, Itália, Portugal, Inglaterra, Escócia, França e tantos outros países me dava até um frio na barriga, e agora que já estou aqui há oito meses pude desfrutar de algumas viagens, entre elas uma das cidades mais lindas que meus olhos puderam ver, Paris, a famosa cidade da luz e do romance.

De fato, lá tudo inspira para o amor, para o encontro, mas foi na terra do Louvre, da Igreja de Notre Dame e tantas outras maravilhas que vivi um dos maiores pesadelos para um mochileiro: Perder todo meu dinheiro e documentos!

Antes que pensem qualquer coisa, não tenho a intenção de persuadir pessoas com a ideia que a cidade não presta e que os moradores de lá são maus anfitriões, pelo contrário, acredito que todas as pessoas, ao menos uma vez na vida, deveriam ter a oportunidade de conhecer Paris e sentir o quanto tudo nesta cidade pode ser mágico e encantador.
A minha intenção neste relato é apenas alertar e também esclarecer quais são os procedimentos para o caso de perda, ou roubo de documentos no exterior, inclusive o passaporte.

Viajei recentemente com duas amigas para Paris e apesar de ter vindo de São Paulo, uma cidade popularmente conhecida pelo grande número de assaltos e tantas outras violências, eu acabei relaxando e me distraindo, justamente no metrô de Paris. Tal como São Paulo, Paris também é uma grande cidade, cheia de pessoas de todos os tipos e vindas de muitos lugares e conhecida pelo seu alto índice de furtos e assaltos no metrô. Apenas para contextualizar, o metrô de Paris é um dos mais funcionais do mundo com aproximadamente 14 linhas que interligam toda a cidade toda.

No caminho para hostel ao fazer uma baldiação resolvi comprar um chocolate e quando fui procurar por minha carteira com todos os documentos me dei conta que ela não estava na bolsa. Minha primeira reação foi revirar tudo o que tinha, mala e bolsa, mas não tive sucesso.Logo veio o desespero e começei a pensar: Como vou voltar para Dublin já que meu passaporte estava na minha carteira?

O problema já estava lançado e a partir daí a viagem que seria um sonho se transformou em pesadelo.

Tentamos refazer nossos passos e procurar por minha carteira e não a encontramos e até o momento que escrevo esse relato. Tenho certeza absoluta que não a perdi e que também não senti o furto, foi de fato algo intrigante. Já estava muito desesperada e mal sabia o que estava a minha espera. Fomos no serviço de Acahdos e Perdidos no metrô e lá me orientaram a entrar em contato com o meu seguro viagem

aEstá aí mais uma vantagem desse seguro que muitas vezes pensamos que não vale a pena para muitas coisas. Ao entrar em contato com o meu seguro fui orientada a fazer um boletim de ocorrência juntamente a polícia do país e me encaminhar ao Consulado Brasileiro na França, que por minha sorte, é em Paris.

Assim, segui as instruções do meu seguro e fiz o B.O., fui até o Consulado Brasileiro e como era uma sexta-feira, tive que esperar até a próxima segunda-feira para que o meu caso fosse resolvido e somente então poder voltar para a Irlanda.

Entre uma ligação e outra e depois de muito estresse, descobri que existe uma espécie de passaporte, feito para você viajar de outro país para o Brasil e que vale por três dias (caso você deseje retornar ao Brasil), mas como eu gostaria de viajar para um outro país tive que fazer um novo passaporte que, pasmem, custou €160(!).

É uma situação muito complicada para quem acabou de ser furtada e não dispunha de recursos para tal (furtaram todos meus documentos e dinheiro!), e um dos funcionários do Consulado me disse: “O Brasil é país pobre que não oferece nenhum tipo de recurso para ajudar a nós, brasileiros, nesta situação.” E ainda completou, “se você quiser voltar para o Brasil, te colocamos no próximo vôo, mas se quer ir para a Irlanda, deve pagar pelo passaporte.”

Pois é, acredito que você, caro leitor, deve estar como a mesma idagação que eu: Eles não dispõem de recursos para me dar um passaporte, mas para bancar uma passagem de volta para o Brasil sim? Bem esquisito, não acham? E quanto ao seguro, que apesar de ter me ajudado com todas as informações, não cobrem nenhum tipo de dano causado por furto ou roubo. Apenas disponibilizam uma certa quantia como empréstimo.

Contudo, tive muita sorte. Contei com a ajuda de um brasilero muito simpático e solidário que disponibilizou sua conta corrente na França, para minha família irlandesa depositar o dinheiro que eu precisava para obter o passaporte e eu, enfim, voltar para casa. A solidariedade brasileira fica ainda mais forte fora do nosso país. Falo isso porque sempre vejo pessoas se ajudando, e embora existam excessões, a  maioria as pessoas são boas e querem ajudar seus conterrâneos.

A minha história teve um final feliz, com um pouco de dor de cabeça e no meio desta confusão também consegui visitar alguns pontos turísticos e curtir a cidade. Com toda esta confusão aprendi que não é porque estamos na Europa que esse tipo de coisas não acontece e que lugar de passaporte é na doleira. Para meus querido mochelieiros fica a dica.

PS. Para meus queridos amigos dublinenses que se preocuparam comigo e que torceram para que tudo acabasse bem e que também me ajudaram tanto fica meu super obrigada, não sei o que seria de mim sem tantas pessoas queridas ao lado!

Postado por: Danubia | Comments (14)